A História de Fadak

Fonte: wikishia

A história de Fadak (em árabe: حادثة فدك) é a tomada da aldeia de Fadak de Fátima al-Zahra (s.a.) por Abu Bakr após o falecimento do Profeta Muhammad (s.a.a.s.). Abu Bakr, baseando-se em um hadith do Profeta (s.a.a.s.) (cujo narrador era apenas o próprio Abu Bakr), afirmou que os profetas não deixam herança; mas Fátima al-Zahra (s.a.) respondeu que o Profeta (s.a.a.s.) havia dado Fadak a ela, antes dao seu falecimento e trouxe Imam Ali (a.s.) e Ummu’Aiman como testemunhas desta declaração. De acordo com estudiosos xiitas e alguns estudiosos sunitas, o Profeta deu Fadak a Fátima al-Zahra após a revelação do versículo 26 da Surata Al-Isra, que lhe pedia para conceder o direito de Zawil-Qurbá.

Allah Todo-Poderoso: “Concede a teu parente o que lhe é devido, bem como ao necessitado e ao viajante sem recursos, mas não sejas esbanjador” (17:26)

Numa narração, afirma-se que Abu Bakr confirmou num documento a propriedade de Fátima al-Zahra (s.a.); Mas Umar bin Khattab pegou aquele papel de Fátima al-Zahra e rasgou-o. Segundo outra narração, Abu Bakr não aceitou as testemunhas de Fátima al-Zahra (s.a.). Quando a filha do Profeta (s.a.a.s.) descobriu que as petições dela e do seu marido, Imam Ali (a.s.), foram infrutíferas, ela foi a Masjid al-Nabi (Mesquita do Profeta) e fez um sermão. Neste sermão, sendo conhecido como sermão de Fadakiyah, ela mencionou a usurpação do califado e chamou a declaração de Abu Bakr de que os profetas não deixam herança contra o Alcorão e o deixaram ao julgamento de Allah Todo-Poderoso no Dia da Ressurreição. Após este incidente, Fátima al-Zahra (s.a.) ficou muito chateada com Abu Bakr e Umar e permaneceu zangada com eles até ser martirizada.

Após o falecimento do Profeta Muhammad (s.a.a.s.), a aldeia de Fadak caiu nas mãos dos califas e foi dividida entre eles. É claro que alguns califas, incluindo Umar bin Abdulaziz e Ma'mun Abbassi, deram Fadak ou o rendimento dele aos filhos de Fátima al-Zahra, embora os califas posteriores o tenham retomado.

Sobre este evento, foram escritas obras em árabe e persa, entre elas está o livro Fadak fi al-Tarikh de Seyyed Muhammad Baqer Sadr, sendo escrito com uma abordagem analítica. Neste livro, Sadr analisou a exigência de Fadak como o ponto de partida do movimento de senhora Fátima al-Zahra (s.a.) contra a soberania e uma das etapas da sua defesa do Imamato.

Fadak e a sua Posição

Artigo principal: Fadak

Fadak era uma aldeia fértil perto de Kheibar[1] e a 200 quilômetros de Medina[2], onde viviam judeus.[3] Esta área tinha muitos campos, jardins e bosques.[4] Após o falecimento do Profeta, houve uma disputa sobre a propriedade de Fadak, os califas a confiscaram para o benefício do califado, e Fátima al-Zahra (s.a.) também proferiu o sermão de Fadak em defesa da sua propriedade. Os xiitas acreditam que Fadak foi usurpado pelos califas e consideram-no um símbolo da opressão de Fátima al-Zahra (s.a.).

Dando Fadak para Fátima al-Zahra

Fadak, durante a época do Profeta Muhammad (s.a.a.s.), caiu nas mãos dos muçulmanos sem campanha.[5] Portanto, o Profeta deu-o a Fátima al-Zahra (s.a.). Estudiosos muçulmanos, referindo-se ao versículo de Fay,[Nota 1] consideram que a propriedade que cai nas mãos dos muçulmanos sem guerra ou conflito é exclusiva do Profeta.[6]

De acordo com Jafar Sobhani, comentaristas xiitas e um grupo de comentaristas sunitas narraram que o Profeta Muhammad (s.a.a.s.) deu Fadak a Fátima al-Zahra (s.a.) após a revelação do versículo “Concede a teu parente o que lhe é devido"[7] (وَآتِ ذَا الْقُرْ‌بَیٰ حَقَّه).[8] Entre os estudiosos sunitas, Jalal al-Din Suyuti em Al-Dar al-Manthur,[9] Mutaghi Hindi em Kanzal-Umal,[10] Hakim Haskani em Shawahid Al-Tanzil,[11] Kundozi em Yanabi al-Mawdah[12] e outros[13] narraram este assunto.

O Relacionamento de Fadak com Imamato

Hussain Ali Montazeri, um mujtahid xiita que morreu em 2009, acredita que Fadak é um símbolo do Imamato e entregá-lo a Fátima al-Zahra (s.a.) seria uma fonte de rendimento para a Casa do Imamato. Além disso, o Profeta deu-o a sua filha Fátima al-Zahra (s.a.a.s.) e não a Ali (a.s.) para que eles não pudessem usurpá-lo facilmente.[14] Para provar este ponto de vista, uma tradição foi citada[15] segundo a qual Harun Abbassi pediu ao Imam Al-Kazim (a.s.) para determinar os limites de Fadak e o Imam determinou os limites do governo abássida[16] e até mesmo mais que isso. Harun também disse que não sobrou nada para nós.[17] Além disso, numa narração que foi narrada de UmuAiman, Fátima al-Zahra pediu ao Profeta (s.a.a.s.) que lhe desse Fadak, para que se ela tivesse alguma necessidade no futuro, seria resolvida por causa de Fadak.[18]

O Confisco de Fadak e o Processo de Fátima al-Zahra

Fadak esteve nas mãos de Fátima al-Zahra (s.a.) até o falecimento do seu pai (Profeta Muhammad) e as pessoas trabalharam nele como advogados, corretores e trabalhadores.[19] Depois que Abu Bakr chegou ao califado, ele anunciou que Fadak não é propriedade de ninguém; portanto, ele confiscou-o em benefício do califado.[20] A propriedade de Fadak não retornou à família do Profeta (s.a.a.s.) durante a era de Umar bin Khattab[21] e Uthman[22].

O Processo de Fátima al-Zahra

Após o confisco de Fadak, Fátima al-Zahra (s.a.) exigiu isso de Abu Bakr. Abu Bakr disse: Ele ouviu do Profeta (s.a.a.s.) que a sua propriedade irá para os muçulmanos depois dele e ele não ficará com uma herança[23] Fátima al-Zahra (s.a.) respondeu: "o meu pai deu-me esta propriedade." Abu Bakr pediu a Fátima al-Zahra (s.a.) como testemunha para provar a sua afirmação. De acordo com algumas fontes, Imam Ali (a.s.) e UmmuAiman testemunharam[24], e de acordo com outros, UmmuAiman e um dos seguidores do Profeta (s.a.a.s.)[25], e de acordo com outros, Imam Ali (a.s.), UmmuAiman e Hassanain (Imam Hassam e Imam Hussain)[26] eram testemunhas. Abu Bakr aceitou e escreveu um documento para que ninguém tocasse em Fadak. Quando Fátima al-Zahra (s.a.) deixou a assembleia, Umar bin Khattab pegou a escrita e rasgou-a.[27] É claro que, de acordo com algumas fontes sunitas, Abu Bakr não aceitou as testemunhas de Fátima al-Zahra e pediu a dois homens que testemunhassem.[28] Ibn Abi al-Hadid, um Mu'tazili, diz: "Perguntei a Ibn Farqi, o professor da escola ocidental de Bagdá, se Fátima al-Zahra estava dizendo a verdade? "Ibn Fariqi disse que sim. Perguntei por que Abu Bakr não deu Fadak a ele. Ele disse que se fizesse isso, amanhã reivindicaria o califado para o marido dela, e Abu Bakr não poderia se recusar a aceitar a sua palavra. Porque ele aceitou a sua palavra sobre Fadak sem testemunha." Ibn Abi al-Hadid escreve ainda: "Embora Ibn Fariqi tenha dito isso em tom de brincadeira, as suas palavras estavam corretas."[29]

No Livro de Al-Ikhtassas, baseado numa narração do Imam Sadiq (a.s.), o aborto espontâneo de Muhsin é mencionado na história do protesto de Fátima al-Zahra contra a usurpação de Fadak.[30] No entanto, fontes históricas consideraram que o aborto de Muhsin está relacionado com o incidente do ataque à casa de Fátima al-Zahra.[31]

O Argumento de Abu Bakr Sobre Não Herdar os Profetas

Artigo principal: Nós Somos profetas, não herdamos herança

Foi relatado que Abu Bakr disse a Fátima al-Zahra (s.a.) em resposta ao processo: "Ouvi do Profeta (s.a.a.s.): Nós (profetas) não deixamos herança e o que resta de nós é caridade."[32] Por outro lado, Fátima al-Zahra (s.a.) no sermão de Fadakiyah apontou para versículos do Alcorão que se referem à herança dos profetas[33] e Abu Bakr considerou esta declaração como sendo contra os versículos do Alcorão.[34] Estudiosos xiitas disseram que nenhum dos Companheiros citou esta frase, exceto Abu Bakr.[35]

Foi narrado que quando Uthman chegou ao califado, Aisha e Hafsa foram até ele e pediram-lhe que lhes desse novamente o que os seus pais (o primeiro e o segundo califas) haviam-lhes dado. Mas Uthman disse, eu juro por Deus, não vou-te dar tal coisa... Não foram vocês dois que testemunharam diante do seu pai... Os profetas não deixam herança. Um dia você deu tal testemunho e um dia você pediu a herança do Profeta (s.a.a.s.)?[36]

Jafar Sobhani Sobre o Motivo do Confisco de Fadak:

O medo do poder econômico do Imam Ali (a.s.) foi um dos motivos para o confisco de Fadak, porque o Imam (a.s.) tinha todas as condições de liderança, e seu conhecimento, piedade, registros brilhantes, proximidade com o Profeta (s.a.a.s.) e as suas recomendações são inegáveis, porque não é possível privar o Imam de instalações e condições espirituais em tal situação, portanto, a fim de enfraquecer a família do Profeta e a posição de Imam Ali (a.s.), eles removeram Fadak das mãos do seu verdadeiro dono e tornou a família do Profeta (s.a.a.s.) dependente do seu sistema. Esta verdade é claramente utilizada na conversa de Umar com o Califa. Ele disse a Abu Bakr: As pessoas são servas do mundo e não têm outro propósito. Você pega khums e saques de Ali e tira Fadak da sua mão, porque quando as pessoas veem a sua mão vazia, elas abandonam-no e se curvam diante de você.[37]

Sermão de Fadakiyah

Artigo principal: Sermão de Fadakiyah

Depois que o apelo de Fátima a Abu Bakr não teve sucesso, Fátima foi à Masjid al-Nabi (mesquita do Profeta) e leu um sermão na frente dos companheiros. Neste discurso, sendo conhecido como sermão de Fadakiyah[38], Fátima (s.a.) falou sobre a usurpação do califado e negou a afirmação de Abu Bakr de que os profetas não herdam. Algum versículo do Alcorão disse isso?! E então ele entregou-o ao Tribunal de Allah Todo-Poderoso no Dia do Juízo e perguntou aos companheiros do Profeta por que eles estavam em silêncio diante dessas opressões. Fátima al- Zahra (s.a.) disse abertamente que o que eles (Abu Bakr e aqueles ao seu redor) fizeram foi quebrar sua promessa e no final do sermão, ela disse que o infortúnio do que eles fizeram foi eterno e seu fim será no inferno.[39]

A Insatisfação de Fátima Até o Fim da Vida

De acordo com os hadiths narrados em Sahih Al-Bukhari de Sahih Ahl al-Sunna, Fátima al-Zahra (s.a.) ficou chateada com Abu Bakr e Umar e ficou zangada com eles até ser martirizada.[40] Outros hadiths com o mesmo tema foram narrados pelos sunitas.[41] Foi narrado que Abu Bakr e Umar decidiram encontrar Fátima al-Zahra (s.a.) para satisfazê-la; mas Fátima não aceitou. Eles então se encontraram com Fátima através da mediação do Imam Ali (a.s.). Durante esta visita, Fátima al-Zahra (s.a.) lembrou-se de hadith Bidh’a que o Profeta havia dito sobre a sua dignidade e posição, e ela não ficou satisfeita com eles.[42]

A Reação do Imam Ali (a.s.)

De acordo com uma narração narrada em Bihar al-Anwar, após o confisco de Fadak, Imam Ali (a.s.) foi à mesquita e protestou contra Abu Bakr porque ele proibiu Fátima de receber o que o Profeta (s.a.a.s.) havia-lhe dado. Abu Bakr exigiu uma testemunha justa de que o Imam Ali (a.s.) argumentou que se algo está nas mãos de alguém e outra pessoa o reivindica, o requerente deve trazer provas (provas e testemunhas) e não Fátima, que já tinha Fadak nas mãos[43] Imam Ali (a.s.) então recitou o versículo de purificação e obteve uma confissão de Abu Bakr de que este versículo foi revelado em homenagem ao Imam e a sua família. Depois perguntou o que fará se duas testemunhas disserem que Fátima cometeu prostituição? Abu Bakr disse: “Vou realizar um castigo penal em Fátima”. O Imam disse, Então você preferiu o testemunho das pessoas ao testemunho de Deus (já que no versículo de Tathir Deus testificou que ele purifica Ahlul-Bait de qualquer mal), e assim você seria um descrente.[44] No livro de protesto de Tabarsi, é citada uma carta do Imam Ali dirigida a Abu Bakr, na qual ele falava em tom ameaçador sobre a usurpação do califado e de Fadak.[45]

No Califado do Imam 'Ali

Fadak também esteve nas mãos da oposição durante o califado do Imam Ali (a.s.). Embora o Imam Ali considerasse a ação dos califas anteriores uma usurpação, ele deixou a decisão para Deus.[46] Sobre por que o Imam Ali (a.s.) não tentou retomar Fadak, há narrações em fontes hadith; por exemplo, Imam Ali (a.s.) disse num sermão que se eu tivesse ordenado que Fadak retornasse aos herdeiros de Fátima (a.s.),[nota 2] juro por Deus, as pessoas teriam se dispersado ao meu redor.[47] Também é afirmado em um hadith do Imam Sadiq (a.s.): Imam Ali (a.s.) seguiu o exemplo do Profeta (s.a.a.s.) neste assunto. No dia da conquista de Meca, o Profeta (s.a.a.s.) não recuperou a casa que lhe foi tirada pela opressão.[48]

Na carta do Imam Ali (a.s.) para Uthman bin Hanif, é afirmado sobre Fadak e o julgamento sobre ele: “Sob este céu, apenas Fadak estava nas nossas mãos. As pessoas eram mesquinhas e generosas. O melhor juiz é Deus, e o que devo fazer com Fadak e exceto Fadak, enquanto amanhã o lugar de uma pessoa é o túmulo?![49]

Motivos do confisco e demanda de Fadak

Seyyed Muhammad Baqer Sadr no seu livro Fadak Fi al-Tarikh acredita que a demanda de Fadak não foi uma questão pessoal ou uma disputa material, mas sim uma declaração de oposição contra o governo da época e a ilegitimidade dos fundamentos do governo, ou seja, Saqifah.[50] Ele considera a exigência de Fadak como o ponto de partida do movimento de Fátima al-Zahra (a.s.) contra a soberania e uma das etapas da sua defesa do Imamato e Wilaya.[51]

Seyyed Jafar Shahidi, um historiador que morreu em 2007, acredita que o propósito de Fátima al-Zahra (s.a.) ao exigir Fadak era manter viva a tradição do Profeta (s.a.a.s.) e estabelecer justiça, e ela estava preocupada com o retorno dos valores da ignorância e da supremacia tribal que espreitava na sociedade islâmica.[52]

Segundo o aiatolá Makarem Shirazi, uma das autoridades xiitas Taqlid, os califas confiscaram Fadak para que este recurso econômico não fosse uma fonte de poder para o Imam Ali (a.s.) e a sua família.[53] A este respeito, ele citou uma narração do Imam Sadiq (a.s.)[54] segundo a qual, depois que Abu Bakr alcançou o califado, Umar pediu-lhe que coletasse Khums e Fadak de Ali e a sua família. Os seguidores veem isso, eles deixam Ali (a.s.) e vão para Abu Bakr.[55]

Devolvendo Fadak aos filhos de Fátima al-Zahra

Fadak também esteve nas mãos dos califas durante os períodos omíada e abássida, e apenas em alguns períodos voltou aos descendentes de Fátima al-Zahra (s.a.) por um tempo:

  1. Era do califado omíada de Umar bin Abdulaziz,[56]
  2. Era Safah Abbasi,[57]
  3. A era de Mahdi Abbassi,[58] claro, de acordo com algumas fontes, Imam Al-Kazim (a.s.) exigiu Fadak de Mahdi Abbassi, mas Mahdi Abbasi recusou-se a devolvê-lo.[59]
  4. Califado Ma'mun Abbassi.[60]

Depois de Ma'mun, por ordem de Mutawakkel Abbassi, Fadak voltou à situação anterior à ordem de Ma'mun[61] De acordo com Majlisi Kupai no livro "Fadak da Usurpa à Destruição", a maioria dos livros históricos não mencionou a história de Fadak depois de Mutawakkel.[62]

Referências

  1. Ḥamawī, Muʿjam al-buldā, vol. 4, p. 238.
  2. google maps
  3. Balādīyy, Muʿjam maʿālim al-Ḥijāz, vol. 2, pág. 205-206.
  4. Ḥamawī, Muʿjam al-buldā, vol. 4, p. 238.
  5. Ṭabarī, Tārīkh al-umam wa l-mulūk, vol. 3, p. 15.
  6. Fakhr al-Rāzī, Mafātīḥ al-ghayb, vol. 29, p. 506; Ṭabāṭabāyī, al-Mīzān, vol. 19, p. 203.
  7. Alcorão, 17:26.
  8. Subḥānī, Furūgh-i wilāyat, p. 219.
  9. Suyūṭī, al-Durr al-manthūr, vol. 2, pág. 158; vol. 5, pág. 273.
  10. Muttaqī al-Hindī, Kanz al-ʿummāl, vol. 2, pág. 158; vol. 3, pág. 767.
  11. Ḥākim al-Ḥaskānī, Shawāhid al-tanzīl, vol. 1, pág. 439-441.
  12. Qundūzī, Yanābīʿ al-mawadda, vol. 1, pág. 138, 359.
  13. Vejam: Husaynī Jalālī, Fadak wa l-ʿawālī, p. 146-149.
  14. Muntaẓirī, khutbi Fadak, p. 393.
  15. Muntaẓirī, khutbi Fadak, p. 394.
  16. Qarashī, Ḥayāt al-Imām Mūsā b. Ja'far, p. 472.
  17. Ibn Shahrāshūb, Manāqib Āl Abī Ṭālib, vol. 4, p. 320-324.
  18. Mufīd, al-Ikhtiṣāṣ, p. 184.
  19. Ṭabrisī, al-Iḥtijāj, vol. 1, pág. 90; 'Amili, Ja'far Murtida, al-Sahih min sirat al-nabi al-a'zam, vol. 18, pág. 241.
  20. Kulaynī, al-Kāfī, vol. 1, pág. 543; Mufīd, al-Muqniʿa, p. 289, 290.
  21. Bilādhurī, Futūḥ al-buldān, vol. 1, pág. 36.
  22. Ibn Qutayba, al-Maʿārif, p. 195.
  23. Bilādhurī, Futūḥ al-buldān, vol. 1, pág. 35-36.
  24. Halabī, al-Sīrā al-Ḥalabīyya, vol. 3, pág. 512.
  25. Fakhr al-Rāzī, Mafātīḥ al-ghayb, vol. 29, pág. 506.
  26. Ījī, Al-Mawāqif, vol. 3, p. 608.
  27. Halabī, al-Sīrā al-Ḥalabīyya, vol. 3, pág. 512; Kulaynī, al-Kāfī, vol. 1, pág. 543.
  28. Bilādhurī, Futūḥ al-buldān, vol. 1, pág. 35.
  29. Ibn Abī l-Ḥadīd, Sharḥ Nahj al-balāgha, vol. 16, pág. 284.
  30. Mufīd, al-Ikhtiṣāṣ, p. 185.
  31. Masʿūdī, Ithbāt al-waṣiyya, p. 146.
  32. Bukhārī, Ṣaḥīḥ al-Bukhārī, vol. 4, pág. 79.
  33. Alcorão, 27:6; 19:5-6; 8:75; 4:11; 2:180.
  34. Veja: Ṭabrisī, al-Iḥtijāj, vol. 1, pág. 107-108.
  35. Subḥānī, Furugh-i wilāyat, p. 242.
  36. Ḥalabī, Taqrīb al-maʿārif, p. 286; Ṭabarī, al-Mustarshid, p. 597.
  37. Subḥānī, Furūgh-i Welayyat, p. 205-206.
  38. Irbilī, Kashf al-ghumma, vol. 1, pág. 353-364.
  39. Ṭabrisī, al-Iḥtijāj, vol. 1, pág. 107-108.
  40. Bukhārī, Ṣaḥīḥ al-Bukhārī, vol. 4, pág. 79.
  41. Muslim, Ṣaḥīḥ Muslim, vol. 3, pág. 1380.
  42. Ibn Qutayba, al-Imāma wa l-sīyāsa, vol. 1, pág. 31.
  43. Majlisī, Biḥār al-anwār, 1403 AH, vol. 29, pág. 124.
  44. Majlisī, Biḥār al-anwār, 1403 AH, vol. 29, pág. 125.
  45. Ṭabrisī, al-Iḥtijāj, vol. 1, pág. 95.
  46. Ibn Abī l-Ḥadīd, Sharḥ Nahj al-balāgha, vol. 16, pág. 208.
  47. Kulaynī, al-Kāfī, vol. 8, pág. 59.
  48. Majlisī, Biḥār al-anwār, 1403 AH, vol. 29, pág. 396.
  49. Ibn Abī l-Ḥadīd, Sharḥ Nahj al-balāgha, vol. 16, pág. 205-208.
  50. Ṣadr, Fadak fī al-tārīkh, 63-66.
  51. Ṣadr, Fadak fī al-tārīkh, 113-117.
  52. Shahīdī, ʿAlī az zabān-i ʿAlī, p. 37.
  53. Makārim Shīrāzī, Payām-i Imām Amīr al-Muʾminīn, vol. 10, p. 202.
  54. Majlisī, Biḥār al-anwār, 1403 AH, vol. 29, pág. 194.
  55. Makārim Shīrāzī, Payām-i Imām Amīr al-Muʾminīn, vol. 10, p. 202.
  56. Ibn ʿAsākir, Tārīkh madīna Dimashq, vol. 45, pág. 178-179; Bilādhurī, Futūḥ al-buldān, vol. 1, pág. 41.
  57. Ḥillī, Nahj al-ḥaq wa Kashf al-ṣidq, p. 357.
  58. Ḥillī, Nahj al-ḥaq wa Kashf al-ṣidq, p. 357.
  59. Ṭūsī, Tahdhīb al-aḥkām, vol. 4, p. 149.
  60. Bilādhurī, Futūḥ al-buldān, vol. 1, pág. 37-38.
  61. Bilādhurī, Futūḥ al-buldān, vol. 1, pág. 38.
  62. Majlisī Kūpāʾī, Fadak az ghaṣb tā takhrīb, p. 139.

Notas

Bibliografia

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