Casamento de Ali (as) e Fátima (as)

Fonte: wikishia

O casamento de Ali (a.s.) e Fátima al-Zahra (a.s.) (em árabe: زَواج الإمام علي من فاطمة الزّهراء عليهما السّلام), refere-se ao casamento de Imam Ali (a.s.) com a senhora Fátima al-Zahra (a.s.), a filha do Profeta Muhammad (s.a.a.s.). Segundo as fontes narrativas, antes do Imam Ali (a.s.), outras pessoas pediram em casamento a senhora Fátima al-Zahra (a.s.), e o Profeta respondeu-lhes dizendo que o casamento de Fátima al-Zahra está nas mãos de Allah (Todo-Poderoso), pois Ele é que vai escolher um homem certo para ela.

O Profeta Muhammad (s.a.a.s.) foi o realizador do casamento de Ali (a.s.) e Fátima al-Zahra (a.s.). Segundo a opinião de muitos é que o dote da senhora Fátima al-Zahra, foi de 500 dirhams (equivalente a 1500 gramas de prata pura), e esse valor é chamado de Mahru al-Sunnah. Segundo as fontes narrativas, o Imam Ali (a.s.) vendeu a sua armadura para alcançar o tal valor, e o Profeta (s.a.a.s.) levou o dinheiro e entregou a Senhora Fátima al-Zahra (a.s.) como o seu dote. Após daí, na noite do casamento do Imam Ali (a.s.) e a Senhora Fátima al-Zahra (s.a.), foi realizada uma grande celebração em que o povo de Medina foi alimentado nesta noite.

Segundo os relatos históricos e narrativos, o casamento de Imam Ali (a.s.) e Senhora Fátima al-Zahra (s.a.) ocorreu no segundo ou terceiro ano pelo calendário lunar, mas há discordância sobre o dia e o mês. Conforme com o que é mencionado no livro Manaqib Al Abi Talib (escrito no século VI do calendário lunar), o contrato de casamento de Fátima al-Zahra ocorreu no dia 1º de Dhul-Hijjah e o seu casamento ocorreu no dia 6 de Dhul-Hijjah no 2º ano lunar. Nos países como República Islâmica do Irã, o dia 1 de Dhul-Hijjah é nomeado como o dia do casamento por ocasião do aniversário de casamento do Imam Ali (a.s.) e a Senhora Fátima al-Zahra (s.a.).

O noivado a Senhora Fátima al-Zahra (a.s.)

Segundo as fontes, antes do Imam Ali (a.s.) propor casamento, vários Companheiros de profeta Muhammad (s.a.a.s.) mostraram o seu interesse a senhora Fátima al-Zahra (a.s.) no caso de Abu Bakr bin Abi Quhafa e Umar bin Khattab e chegaram a propor, mas a resposta de santo profeta (s.a.a.s.) a eles sempre de que o casamento de Fátima al-Zahra (a.s.) está nas mãos de Allah (Todo-Poderoso).[1] não bastou somente aí, as fontes históricas afirmam que após o casamento de Imam Ali (a.s.) e Fátima al-Zahra (a.s.), alguns dos emigrantes que já haviam proposto para casar a Fátima al-Zahra a (a.s.) reclamaram ao Profeta (s.a.a.s.).[2]

A realização do casamento (khutbat)

Segundo a narração de Ibn Shahr Ashub (falecido em 588 AH) em Manaqib Al Abi Talib, o Profeta subiu ao púlpito durante o casamento de Fátima al-Zahra (a.s.) e Ali (a.s.) e leu um sermão e disse: Allah (Todo-Poderoso) ordenou-me realizar casar Fátima al-Zahra com Ali (a.s.), e assim fez.[3]

Conforme a alguns hadiths dizem que enquanto a Senhora Fátima al-Zahra (a.s.) estivesse viva, Allah (todo-poderoso) proibiu Imam Ali (a.s.) de se casar com outras mulheres.[4] é preciso saber também que Imam Ali (a.s.) não teve outra esposa durante a sua vida com Fátima al-Zahra (a.s.), e depois da morte da Senhora Fátima al-Zahra o Imam Ali (a.s.) começou a casar várias mulheres.

Isso também aconteceu para o profeta Muhammad (s.a.a.s.), em que quando a senhora Khadija (a.s.) estava viva, que é a mãe de Fátima al-Zahra (a.s.) o profeta (s.a.a.s.) não casou outra mulher até o falecimento dela.

Data do evento

Há uma diferença de opiniões sobre a data de casamento de Ali (a.s.) e Fátima al-Zahra (a.s.):

  • O noivado (aqd) no primeiro dia de Dhul-Hijjah e casamento no sexto dia de Dhul-Hijjah no segundo ano lunar.[5]

No livro Al-Masbah Kafami (escrito no século IX do calendário lunar), 1 Dhu al-Hijjah também é mencionado como o dia do casamento de Ali (a.s.) com Fátima al-Zahra (a.s.).[6]] na República Islâmica do Irã, este dia é nomeado como o dia nacional de casamento. Diferente de outros países que não se importam deste dia tão histórico e nobre na vida islâmica.

  • No fim do mês de Safar no segundo ano lunar;[7]
  • O contrato ocorreu no mês de Rajab e casamento após o retorno de Ali (a.s.) da Batalha de Badr;[8]
  • O contrato no mês do Ramadã e casamento no mês de Dhul-Hijjah no segundo ano do Hijri;[9]
  • Casamento em 21 Muharram no terceiro ano do Hijri;[10]
  • Contrato foi no final de Safar e casamento em Dhul-Hijjah do segundo ano lunar;[11]
  • Contrato e casamento em Rabi al-Awwal do segundo ano lunar.[12]

Segundo Muhammad Hadi Yousefi Gharavi (nascido em 1327), pesquisador da história islâmica, o tempo entre o contrato de casamento e o casamento de Fátima al-Zahra e Ali (a.s.) foi cerca de dez meses, diz que essa toda a demora foi para que os que desejavam a senhora Fátima al-Zahra (a.s.) possam ter uma clara resposta. Além disso, a demora em realizar a cerimônia de casamento foi para que Senhora Fátima al-Zahra (a.s.) crescesse fisicamente e atingisse o patamar de outras mulheres.[13]

Idade de Fátima al-Zahra (a.s.) quando ela se casou

Há uma diferença de opinião sobre a idade de Fátima al-Zahra na época do seu casamento. De acordo com Sayyed Mohsen Amin (falecido em 1371 AH), um tradutor xiita, essa diferença está relacionada à diferença de opinião sobre a sua data de nascimento e data de casamento. Visto que, segundo a opinião popular, Fátima al-Zahra nasceu no quinto ano da Profecia e há uma disputa sobre o seu casamento entre primeiro, segundo e terceiro ano lunar, a sua idade na época do casamento é de nove, dez ou onze anos.[14] No entanto, em algumas fontes, a idade de Fátima al-Zahra na época do casamento era de 18 anos[15] e em outras, quinze anos e cinco meses[16].

Além disso, a idade do Imam Ali (a.s.) na época do casamento é mencionada como 21 anos, isso no livro de al-Istiyab, uma das fontes que aborda as características de Sahaba do V século lunar.[17]

Dote, lobolo ou Mahr

Nos hadiths, o dote da Senhora Fátima al-Zahra (a.s.) é mencionado como doze onças e meia,[18] 500 dirhams, 480 dirhams e 400 siclos de prata[19] de acordo com o narrador xiita Ibn Shahr Ashub (488 – 588 AH), diz o mais correto é de 500 dirhams.[20]

Ele considerou o motivo da diferença é consoante as narrações, segundo as quais o dote da Senhora Fátima al-Zahra era linho tecido do Iêmen, pele não curtida e uma planta perfumada e, segundo outros, armadura e pele de ovelha ou pele de camelo não curtida.[21] Os 500 dirhams, que era o dote das esposas e filhas do Profeta (a.s.), é chamado de Mehr al-Sunnah.[22] e é equivalente a cerca de 1500 gramas de prata pura.[23]

Segundo o livro Amali do Sheikh Tusi, Imam Ali (a.s.) vendeu a sua armadura[24] e o Profeta (s.a.a.s.) deu parte a parte desse dinheiro para Bilal Habashi para comprar perfume para Fátima al-Zahra (a.s.)[25]. Então ele deu o restante a Ammar Yasir e alguns dos Companheiros para fornecer as coisas necessárias para o convívio.[26] Entre os intens. Foi o vestido que foi preparado para usar na noite de casamento, em que na mesma noite apareceu uma senhora necessitada e a Senhora Fátima al-Zahra ofereceu o vestido e no dia de casamento bastou-se com o vestido que antes já tinha usado.[27]

Banquete (Walima) e o local de residência

Conforme a narração narrada por Sheikh Tusi em al-Amali, o Profeta (s.a.a.s.) e Ali (a.s.) deram Walima ou banquete (a comida que se serve numa festa). O Profeta (s.a.a.s.) preparou carne e pão, e Ali (a.s.) preparou tâmaras e óleo. Depois do Walima, o Profeta (s.a.a.s.) colocou a mão de Fátima al-Zahra (a.s.) na mão de Ali (a.s.) e mandou os dois para casa. Então ele foi até eles e orou para que Allah (Todo-Poderoso) abençoasse a geração dos mesmos.[28]

Segundo as fontes históricas, a casa do Imam Ali (a.s.) e Fátima al-Zahra (a.s.) foi transferida para a vizinhança do Profeta Muhammad (s.a.a.s.) alguns dias após o casamento; porque era difícil para o Profeta estar longe da sua filha Fátima al-Zahra (a.s.). A princípio, o Profeta procurou acomodar os dois na sua casa, mas Haritha bin Nu'man, um dos Companheiros, cedeu a casa dela, que ficava no bairro do Profeta, à sua disposição para ser a casa de Ali (a.s.) e Fátima al-Zahra (a.s.).[29]

Referências

  1. Ibn Saʿd, al-Ṭabaqāt al-kubrā, vol. 8, pág. 16; Ṭūsī, al-Amālī, pág. 40; Ṭabrisī, Iʿlām al-warā, vol. 1, pág. 160-161.
  2. Yaʿqūbī, Tārīkh al-Yaʿqūbī, vol. 2, pág. 41.
  3. Ibn Shahrāshūb, Manāqib, vol. 3, pág. 350-351.
  4. Ṭūsī, al-Amālī, pág. 40.
  5. Ibn Shahrāshūb, Manāqib, vol. 3, pág. 357.
  6. Kafʿamī, Al-Miṣbāḥ, pág. 514.
  7. Ṭabarī, Tārīkh al-umam wa l-mulūk, vol. 2, pág. 410.
  8. Ṭabarī, Tārīkh al-umam wa l-mulūk, vol. 11, pág. 598; Ibn Saʿd, al-Ṭabaqāt al-kubrā, vol. 8, pág. 18.
  9. Irbilī, Kashf al-ghumma fī maʿrifat al-aʾimma, vol. 1, pág. 364.
  10. Ibn Ṭāwūs, Iqbāl al-aʿmāl, vol. 2, pág. 584.
  11. Majlisī, Biḥār al-anwār, vol. 19, pág. 192-193.
  12. Majlisī, Biḥār al-anwār, vol. 19, pág. 193.
  13. Yūsufī Gharawī, Tārīkh-i taḥqīqī-yi Islam, vol. 2, pág. 250.
  14. Amīn, al, Aʿyān al-Shīʿa, vol. 1, pág. 313.
  15. Ṭabarī, Tārīkh al-umam wa l-mulūk, vol. 11, pág. 598.
  16. Ibn ʿAbd al-Barr, Al-Istīʿāb fī maʿrifat al-aṣḥāb, vol. 4, pág. 1893.
  17. Ibn ʿAbd al-Barr, Al-Istīʿāb fī maʿrifat al-aṣḥāb, vol. 4, pág. 1893.
  18. Ṭabrisī, Faḍl b. al-Ḥasan al-. Iʿlām al-warā, vol. pág. 160-161.
  19. Ibn Shahrāshūb, Manāqib, vol. 3, pág. 351.
  20. Ibn Shahrāshūb, Manāqib, vol. 3, pág. 350-351.
  21. Ibn Shahrāshūb, Manāqib, vol. 3, pág. 350-351.
  22. Ṣadūq, Al-Muqniʿ fī al-fiqh, pág. 302.
  23. Masʿūdī, Pajūhishī darbāra-yi Mehr al-Sunnah, pág. 114.
  24. Ṭūsī, al-Amālī, pág. 40.
  25. Ṭūsī, al-Amālī, pág. 41.
  26. Ṭūsī, al-Amālī, pág. 41.
  27. Shūshtarī, Iḥqāq al-ḥaq, vol. 10, pág. 401.
  28. Ṭūsī, al-Amālī, pág. 42-43.
  29. Ibn Saʿd, al-Ṭabaqāt al-kubrā, vol. 8, pág. 18.

Notas

Bibliografia

  • Abū l-Faraj al-Iṣfahānī, ʿAlī b. al-Ḥussain. Maqātil al-ṭālibīyyīn. Editado por Aḥmad Ṣaqar. Beirute: Muʾassissat al-Aʿlamī li-l-Maṭbūʿāt, 1419 AH.
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