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Surata An-Nur

Fonte: wikishia
sura al-Nur
al-Nur
Número da sura24
Juz18
Lugar de revelaçãoMedina
Significado do nome da suraA Luz
Ordem da revelação103
Número de versículos64
Número de palavras1381
Número de letras5755


Este artigo é sobre a sura al-Nur. Para o versículo de mesmo nome, veja o Versículo da Luz (al-Nur).

A sura al-Nur (A Luz) é a 24ª sura do Alcorão e uma das suras medinenses, situada na 18ª parte do Livro Sagrado. É assim nomeada porque a palavra "luz" (nur em árabe) é mencionada sete vezes, e nela se encontra o célebre Versículo da Luz (24:35). A sura al-Nur aborda diversas regras da jurisprudência islâmica, como a punição para a fornicação, a penalidade para quem acusa falsamente alguém de fornicação (qazf) e a obrigatoriedade do hijab (o véu islâmico) para as mulheres. Também menciona o Incidente de Ifk (uma falsa acusação contra a esposa do profeta Muhammad, Aisha), além de tratar de questões relacionadas ao casamento, à calúnia, à difamação e à proibição da divulgação de atos imorais. A respeito da virtude de recitar esta sura, um hadith narra que "quem recitar a sura al-Nur, Allah lhe dará dez boas ações por cada homem e mulher crentes do passado e do futuro". Outra tradição afirma que "é um direito da filha sobre o pai que ele a instrua na sura al-Nur".

Introdução

  • Nomenclatura

A sura é chamada de "A Luz" (al-Nur) porque a palavra "luz" é mencionada sete vezes nela[nota 1] e o famoso Versículo da Luz está contido nela. O próprio versículo da Luz (24:35) começa com a palavra Allah (Deus), e a palavra "luz" é usada cinco vezes nele.[1]

  • Ordem e Local de Revelação

A sura al-Nur é uma das suras medinenses. Na ordem de revelação do Alcorão, é a 103ª sura a ser revelada ao profeta Muhammad (s.a.a.s.). Na organização atual do Alcorão, é a 24ª sura e está localizada no 18º juz (parte).[2]

  • Número de Versículos

A sura al-Nur contém 64 versículos, 1.381 palavras e 5.755 letras[fonte necessária]. Em termos de volume, é uma das suras de tamanho médio (al-Maththani), equivalente a cerca de metade de um juz.

Conteúdo

A sura al-Nur detalha muitas regras da jurisprudência islâmica, como:

• A punição por fornicação (zina).

• A punição por acusar falsamente alguém de fornicação (qazf).

• As regras do li'an (um juramento solene feito por cônjuges que se acusam de adultério).

• A obrigatoriedade do hijab para as mulheres.

• A isenção do hijab para mulheres idosas e frágeis.

• A necessidade de quatro testemunhas para provar a fornicação.

• Questões relacionadas ao casamento.

• O Incidente de Ifk.

Outros tópicos e discussões abordados nesta sura incluem a admoestação de Allah aos crentes para que evitem falar sobre o que não têm conhecimento, e a forte proibição de calúnia, difamação e a disseminação de atos imorais. A sura também ensina a etiqueta para entrar em casas e outros lugares, que deve ser feita com a permissão do proprietário.[3]

Estrutura da sura al-Nur

A sura al-Nur trata dos princípios para a promoção da castidade e da modéstia por meio da observância das leis divinas.

Discurso 1: Versículos 1-33 Princípios para a promoção da castidade e da modéstia na sociedade.

  • Introdução; Versículo 1: A obrigação de seguir os mandamentos desta sura.
  • Princípio 1; Versículos 2-3: A punição pública para os adúlteros.
  • Princípio 2; Versículos 4-10: A punição para aqueles que acusam mulheres castas de adultério.
  • Princípio 3; Versículos 11-26: Não alimentar rumores imorais.
  • Princípio 4; Versículos 27-29: Respeitar a privacidade dos indivíduos.
  • Princípio 5; Versículos 30-31: Manter a modéstia e a castidade ao lidar com pessoas do sexo oposto.
  • Princípio 6; Versículos 32-33: Promover a cultura do casamento.

Discurso 2: Versículos 34-57 A influência de aderir aos mandamentos religiosos para obter a misericórdia divina.

  • Tópico 1; Versículos 34-35: A revelação dos mandamentos para guiar os crentes em direção à luz.
  • Tópico 2; Versículos 36-38: A lembrança de Deus leva ao benefício da orientação divina.
  • Tópico 3; Versículos 39-40: Duas metáforas que mostram a privação dos incrédulos da luz do conhecimento divino.
  • Tópico 4; Versículos 41-42: O louvor universal das criaturas é um sinal da misericórdia universal de Deus.
  • Tópico 5; Versículo 43: A descida da chuva da misericórdia para um grupo de servos é um sinal da misericórdia especial de Deus.
  • Tópico 6; Versículos 44-46: A orientação de cada pessoa de acordo com seu mérito.
  • Tópico 7; Versículos 47-57: O comportamento dos hipócritas e dos crentes ao agir de acordo com a lei de Deus.

Discurso 3: Versículos 58-61

  • Princípios para a promoção da castidade e do afeto na família.
  • Princípio 1; Versículos 58-59: Respeitar a privacidade dos pais.
  • Princípio 2; Versículo 60: A observância de um vestuário apropriado para as mulheres.
  • Princípio 3; Versículo 61: A etiqueta para entrar nas casas de outras pessoas.

Discurso 4: Versículos 62-64

  • A importância de seguir os mandamentos de Deus e do Profeta Muhammad (s.a.a.s.).
  • Tópico 1; Versículo 62: A necessidade de obedecer ao comando do Profeta (s.a.a.s.) em questões públicas.
  • Tópico 2; Versículo 63: Estar sempre atento ao comando do Profeta (s.a.a.s.).
  • Tópico 3; Versículo 64: A adequação dos mandamentos religiosos às necessidades humanas.[4]

Versículos Famosos

O Versículo do Li'an

Nos versículos 24:6−10, Deus explica a regra do li'an.[5] A maioria dos exegetas (mufassirin) acredita que o contexto de revelação desses versículos se relaciona a um dos Companheiros do Profeta Muhammad (s.a.a.s.), Hilal ibn Umayya, que alegou ter visto sua esposa cometendo adultério, mas não tinha testemunhas para provar. O Profeta Muhammad (s.a.a.s.) decidiu aplicar a pena por falsa acusação (qazf) em Hilal, quando esses versículos foram revelados, fornecendo uma solução justa para a questão.[6] O li'an é um tema da jurisprudência islâmica. Quando é realizado, o casal se separa e se torna permanentemente proibido um para o outro,[7] e as penalidades por falsa acusação e por adultério são suspensas.[8]

Os Versículos de Ifk (A Falsa Acusação)

Artigos principais: Áyāt al-Ifk e o Incidente de al-Ifk

O versículo 11 (24:11) refere-se ao Incidente de Ifk, uma falsa acusação contra um muçulmano, e repreende os acusadores por suas ações. Com base nos versículos do Alcorão, é claro que a pessoa falsamente acusada era uma figura proeminente e membro da família do Profeta Muhammad (s.a.a.s.), e os acusadores eram um grupo de pessoas.[9] Existem duas narrativas sobre a revelação desses versículos: A falsa acusação feita por alguns hipócritas contra Aisha, após o retorno dos muçulmanos da Batalha de Banu Mustaliq.[10][11] A falsa acusação feita por Aisha contra Maria al-Qibtiyya.[12][13] Nesses versículos, enquanto os acusadores são ameaçados com um grande castigo, os crentes são proibidos de acreditar em rumores sem evidências e investigação.[14]

O Versículo do Hijab

O versículo 31 (24:31) é conhecido como o Versículo do Hijab.[15] Nos livros de fiqh, este versículo é a base para a obrigatoriedade do hijab para as mulheres e algumas de suas regras, incluindo seus limites.[16] De acordo com os juristas, a frase "لَايُبْدِينَ زِينَتَهُنَّ" (conservem os seus pudores e não mostrem os seus atrativos) indica a obrigatoriedade do hijab.[17] Além disso, a frase "اِلّا ما ظَهَر مِنها" (além dos que (normalmente) aparecem) isenta o rosto e as mãos da obrigação de serem cobertos.[18]

Versículo da Luz

Versículo da Luz escrito por Mirza Ahmad Neyrizi

No versículo 35, conhecido como o Versículo da Luz, depois de expressar a verdade de que Deus é a luz dos céus e da terra, a luz de Deus é comparada a um nicho onde há uma lâmpada. Essa lâmpada está em um invólucro transparente e brilhante, como uma estrela, e é acesa com o óleo puro e claro de uma abençoada oliveira, que não é nem oriental nem ocidental.[19]

Em algumas interpretações, com base em narrações, o Versículo da Luz é aplicado à Família do Profeta Muhammad (Ahl al-Bait). Nesses comentários, o nicho (mishkat) é interpretado como o coração do Profeta Muhammad (s.a.a.s.) ou da Senhora Fátima (s.a.). O invólucro de vidro (zujajah) é interpretado como o Imam Ali (a.s.) e seu coração. E a expressão "luz sobre luz" é aplicada aos Imames xiitas que vieram um após o outro, apoiados pela luz do conhecimento e da sabedoria.[20] Em algumas interpretações, é narrado do Imam Rida (a.s.) que "Nós somos o nicho no qual a lâmpada de Muhammad (s.a.a.s.) está, e Deus com a nossa liderança (wilaya) guia quem Ele quiser."[21] No Tafsir Al-Mizan, é narrado do Imam Sadiq (a.s.) sobre o versículo da Luz: "Esta é uma metáfora que Deus criou para nós, a Família do Profeta, que o Profeta Muhammad (s.a.a.s.) e os Imames são os sinais de Deus; sinais pelos quais as pessoas são guiadas ao monoteísmo, aos benefícios da religião, às leis do Islã e às ações recomendadas e obrigatórias."[22] Allama Tabatabai considera essa narração como uma referência a alguns dos exemplos mais virtuosos e superiores, e acredita que o versículo, em sua essência, também inclui outros além da Família do Profeta Muhammad (s.a.a.s.), abrangendo profetas, seus sucessores e santos, mas que definitivamente não inclui todos os crentes.[23]

O versículo da Autorização

Artigo principal: Versículo da Autorização

" Ó crentes, que vossos criados e aqueles que ainda não alcançaram a puberdade… vos peçam permissão (para vos abordar), em três ocasiões: antes da oração da alvorada; quando tirardes as vestes para a sesta; e depois da oração da noite – três ocasiões de vossa intimidade. Fora disto, não sereis, nem vós, nem eles recriminados, se vos visitardes mutuamente. Assim Allah vos elucida os versículos, porque é Sapiente, Prudentíssimo. (24:58)"

Uma vez que a questão mais importante abordada nesta sura é a decência pública, este versículo trata de um dos assuntos relacionados (a etiqueta para entrar nos espaços privados dos pais) e detalha suas particularidades. É evidente que esta instrução se dirige aos guardiões das crianças, que devem incitá-las a seguir este programa, pois elas ainda não atingiram a puberdade para estarem sujeitas às obrigações divinas. O versículo se aplica tanto a meninos quanto a meninas.[24]

O versículo da permissão do Profeta em assuntos importantes

"Os verdadeiros crentes são apenas aqueles que creem em Allah e em Seu Mensageiro e os que, quando estão reunidos com ele, para um assunto de ação coletiva, não se retiram sem antes haver-lhe pedido permissão. Aqueles que te pedirem permissão são os que creem em Allah e no Seu Mensageiro. Se te pedirem permissão para irem tratar de alguns dos seus afazeres, concede-a a quem quiseres, e implora, para eles, o perdão de Allah, porque Allah é Indulgente, Misericordiosíssimo.!" (24:62)

Allama Tabatabai, em sua interpretação do versículo, diz que os crentes mencionados são aqueles que desfrutam de uma fé genuína e têm certeza da Unidade de Deus. Em virtude dessa fé, suas almas estão em paz e seus corações estão comprometidos com o Mensageiro de Deus. Tais crentes jamais agem sem a permissão do Profeta Muhammad (s.a.a.s.) em questões sociais e públicas importantes, como a guerra e outras decisões cruciais que exigem reflexão, ponderação e consulta.[25]

Alguns comentaristas extraíram pontos deste versículo, tais como: a presença ao lado da liderança para resolver problemas é um sinal de fé, enquanto o abandono é um sinal de hipocrisia ou fraqueza da fé; a proibição do egocentrismo e da autonomia em questões organizacionais que são decididas por consenso e consulta; a necessidade de um líder e de obediência a ele na vida social; a necessidade de a fé ser acompanhada de submissão e obediência à liderança; e a necessidade de valorizar o sistema social e o trabalho em grupo.[26]

Os Versículos das Leis (Ayat al-Ahkam)

Os versículos 2 a 8 da sura al-Nur estão entre os Ayat al-Ahkam.[27] O versículo 2 estabelece a lei e a pena (hadd) para a pessoa que comete fornicação, e o versículo 3 declara que o casamento de um crente com uma pessoa adúltera é proibido; entretanto, nas interpretações (tafsir), é mencionado que o objetivo deste decreto é a pessoa que é conhecida por esta prática, e não a pessoa que se arrependeu.[28] Os versículos 4 a 8 também falam sobre a falsa acusação de fornicação e declaram as regras de qazf e li'an."[29]

Análise do Conteúdo Islâmico

O texto aborda um conjunto de versículos da sura al-Nur que são considerados fundamentais para a jurisprudência islâmica.

• Ayat al-Ahkam: São versículos do Alcorão que contêm regras e leis explícitas sobre diversos aspectos da vida, como casamento, herança, punições, transações comerciais e adoração.

• Zina (Fornicação/Adultério): O versículo 2 estabelece a punição para este ato. O texto destaca que o versículo 3 proíbe o casamento com adúlteros, mas com uma nuance importante: a proibição se aplica àqueles que persistem na prática, não a quem se arrepende sinceramente.

• Qazf (Falsa Acusação): O texto menciona que os versículos 4−8 tratam da grave ofensa de acusar falsamente alguém de zina. Esta acusação requer quatro testemunhas, e a incapacidade de apresentá-las resulta na pena para o acusador.

• Li'an (Juramento Mútuo): É um procedimento legal islâmico para cônjuges que se acusam de adultério, mas não têm as quatro testemunhas necessárias. O texto aponta que esses versículos (especialmente 6−10) oferecem uma solução para resolver a disputa legal e proteger os direitos de ambas as partes.

Este é um exemplo da profundidade e da precisão com que o Alcorão aborda questões sociais e jurídicas, fornecendo diretrizes claras para a conduta e a justiça na comunidade muçulmana.

Outro dos Ayat al-Ahkam desta sura é o versículo 31, que é considerado um dos versículos do hijab.[30] Este versículo ordena às mulheres que sejam modestas e cubram seus adornos, e nomeia aqueles perante os quais as mulheres não precisam usar o hijab. O versículo 60 isenta as mulheres idosas desta regra, sob certas condições.[31] Além disso, os versículos 32 e 33 também são considerados versículos dos quais se derivam leis religiosas.[32] Esses versículos instruem homens e mulheres a se casarem e afirmam que, se não tiverem condições para isso, devem manter a castidade. Os versículos 58 e 59 também tratam de algumas leis relacionadas a crianças que já têm discernimento[nota 2] antes da puberdade, e também a empregados domésticos, sobre como devem se apresentar em certos momentos do dia em áreas privadas da casa (como os quartos) dos pais ou dos proprietários da casa.[fonte necessária]

Virtudes e benefícios

Sobre a virtude da sura al-Nur, é narrado do Profeta Muhammad (s.a.a.s.) que 'quem recitar a sura al-Nur, Allah lhe dará dez boas ações para cada homem e mulher crente do passado e do futuro.[33] Sobre o ensino da sura al-Nur aos membros da família, também é narrado do Profeta (s.a.a.s.) que 'é um direito da filha sobre o pai que ele a ensine a sura al-Nur.[34] Do Imam Ali (a.s.), também é narrado sobre isso: 'Ensinem a sura al-Nur às vossas mulheres, pois nela há bons conselhos e ensinamentos.[35] Do Imam Sadiq (a.s.), também é narrado: 'Protejam vossos bens e vossa castidade recitando a sura al-Nur e protejam vossas mulheres com esta sura, pois quem recitá-la continuamente, de dia ou de noite, nenhum de sua família cometerá adultério. E após sua morte, setenta mil anjos divinos o acompanharão até o túmulo e farão súplicas e pedirão perdão por ele até que seja colocado em seu túmulo.[36]

Para a recitação desta sura, algumas narrações mencionam efeitos e bênçãos, como uma forma de evitar a polução noturna,[37] o retorno de um fugitivo (se o versículo 40 desta sura for lido) e o tratamento da fraqueza ocular (se o versículo 35 da sura al-Nur for escrito, lavado e a água for usada nos olhos).[38]

A tradução

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

1. Uma sura que enviamos e prescrevemos, na qual revelamos versículos esclarecedores, a fim de que mediteis.

2. Quanto à adúltera e ao adúltero, castigai-os com cem chicotadas, cada um; que a vossa compaixão não vos demova de cumprirdes a lei de Allah, se realmente credes em Allah e no Dia do Juízo Final. Que uma parte dos crentes testemunhe o castigo.

3. O adúltero não poderá casar-se, senão com uma adúltera ou uma idólatra; a adúltera não poderá desposar senão um adúltero ou um idólatra. Tais uniões estão vedadas aos crentes.

4. E àqueles que difamarem as mulheres castas, sem apresentarem quatro testemunhas, infligi-lhes oitenta chicotadas e nunca mais aceiteis os seus testemunhos, porque são depravados.

5. A menos que, depois disso, se arrependerem e se emendarem; sabei que Allah é Indulgente, Misericordiosíssimo.

6. E aqueles que difamarem as suas esposas, sem mais evidência que a deles próprios, que um deles jure quatro vezes por Allah que ele está dizendo a verdade.

7. E na quinta vez pedirá que a maldição de Allah caia sobre ele, se for perjuro.

8. E ela se libertará do castigo, jurando quatro vezes por Allah que ele é perjuro.

9. E na quinta vez pedirá a incidência da abominação de Allah sobre si mesma, se ele estiver dizendo a verdade.

10. Se não fosse pela graça de Allah e pela Sua misericórdia para convosco, e Allah é Remissório, Prudentíssimo.

11. Aqueles que lançam a calúnia constituem uma legião entre vós; não considereis isso coisa ruim para vós; pelo contrário, é até bom. Cada um deles receberá o castigo merecido por seu delito, e quem os liderar sofrerá um severo castigo.

12. Por que, quando ouviram a acusação, os crentes, homens e mulheres, não pensaram bem de si mesmos e disseram: É uma calúnia evidente?

13. Por que não apresentaram quatro testemunhas? Se não as apresentarem, serão caluniadores ante Allah.

14. E se não fosse pela graça de Allah e pela Sua misericórdia para convosco, neste mundo e no Outro, haver-vos-ia açoitado um severo castigo pelo que vos apressastes em dizer.

15. Quando a recebestes (a calúnia) em vossas línguas, e dissestes com vossas bocas o que desconhecíeis, considerando leve o que era gravíssimo ante Allah.

16. Deveríeis, ao ouvi-la, ter dito: Não nos compete falar disso. Glorificado sejas (ó Allah)! Essa é uma grave calúnia!

17. Allah vos exorta a que jamais reincidais em semelhante (falta), se sois crentes.

18. E Allah vos elucida os versículos, porque é Sapiente, Prudentíssimo.

19. Sabei que aqueles que se comprazem em que a obscenidade se difunda entre os crentes, sofrerão um doloroso castigo, neste mundo e no outro; Allah sabe e vós ignorais.

20. E se não fosse pela graça de Allah e pela Sua misericórdia para convosco, e Allah é Compassivo, Misericordiosíssimo.

21. Ó crentes, não sigais as pegadas de Satanás; e saiba, quem segue as pegadas de Satanás, que ele recomenda a obscenidade e o ilícito. E se não fosse pela graça de Allah e pela Sua misericórdia para convosco, Ele jamais teria purificado nenhum de vós; porém, Allah purifica quem Lhe apraz, porque é Oniouvinte, Sapientíssimo.

22. Que os agraciados e os opulentos, dentre vós, jamais jurem não favorecer seus parentes, os necessitados e expatriados pela causa de Allah; porém, que os tolerem e os perdoem. Não vos agradaria, por acaso, que Allah vos perdoasse? Ele é Indulgente, Misericordiosíssimo.

23. Em verdade, aqueles que difamarem as mulheres castas, inocentes e crentes, serão malditos neste mundo e, no Outro, sofrerão um severo castigo.

24. Dia virá em que suas línguas, suas mãos e seus pés testemunharão contra eles, pelo que houverem cometido.

25. Nesse dia Allah os fará pagar pelo que merecerem, e então saberão que Allah é a Verdade Manifesta.

26. As despudoradas estão destinadas aos despudorados, e os despudorados às despudoradas; as pudicas aos pudicos e os pudicos às pudicas. Estes últimos não serão afetados pelo que deles disserem; obterão indulgência e um magnífico sustento.

27. Ó crentes, não entreis em casa alguma além da vossa, a menos que peçais permissão e saudeis os seus moradores. Isso é preferível para vós; quiçá, assim, mediteis.

28. Porém, se nelas não achardes ninguém, não entreis, até que vo-lo tenham permitido. E se vos disserem: Retirai-vos!, atendei-os, então; isso vos será mais benéfico. Sabei que Allah é Sabedor de tudo quanto fazeis.

29. Não sereis recriminados se entrardes em casas desabitadas que tenham alguma utilidade para vós; Allah sabe tanto o que manifestais como o que ocultais.

30. Dize aos crentes que recatem os seus olhares e conservem os seus pudores, porque isso é mais benéfico para eles; Allah está bem inteirado de tudo quanto fazem.

31. Dize às crentes que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não mostrem os seus atrativos, além dos que (normalmente) aparecem; que cubram o colo com seus véus e não mostrem os seus atrativos, a não ser aos seus esposos, seus pais, seus sogros, seus filhos, seus enteados, seus irmãos, seus sobrinhos, às mulheres, aos seus escravos isentos das necessidades sexuais, ou às crianças que não discernem a nudez das mulheres; que não agitem os seus pés, para que não chamem a atenção sobre seus atrativos ocultos. Ó crentes, voltai-vos todos, arrependidos, a Allah, a fim de que vos salveis!

32. Casai os celibatários, dentre vós, e também os virtuosos dentre vossos servos e servas. Se forem pobres, Allah os enriquecerá com a Sua graça, porque é Abrangente, Sapientíssimo.

33. Aqueles que não possuem recursos para casar-se que se mantenham castos, até que Allah os enriqueça com a Sua graça. Quanto àqueles, dentre vossos escravos e escravas, que vos peçam a liberdade por escrito, concedei-lha, desde que os considereis dignos dela, e concedei-lhes uma parte dos bens com que Allah vos agraciou. Não inciteis as vossas escravas à prostituição, para proporcionar-vos o gozo transitório da vida terrena, sendo que elas querem viver castamente. Mas se alguém as compelir (a isso), Allah as perdoará por terem sido compelidas, porque é Indulgente, Misericordiosíssimo.

34. Temos-vos enviado versículos esclarecedores, e feito exemplos daqueles que vos precederam, e uma exortação para os devotos.

35. Allah é a Luz dos céus e da terra. O exemplo da Sua Luz é como o de um nicho em que há uma candeia; esta está num recipiente; e este é como uma estrela brilhante, alimentada pelo azeite de uma árvore bendita, a oliveira, que não é oriental nem ocidental, cujo azeite brilha, ainda que não o toque o fogo. É luz sobre luz! Allah conduz a Sua Luz até a quem Lhe apraz. Allah dá exemplos aos humanos, porque é Onisciente.

36. (Semelhante luz brilha) nos templos que Allah tem consentido sejam erigidos, para que neles seja celebrado o Seu nome e neles O glorifiquem, de manhã e à tarde.

37. Os homens a quem os negócios e as transações não desviam da recordação de Allah, nem da prática da oração, nem do pagamento do zakat. Temem o dia em que os corações e os olhos se transformem,

38. Para que Allah os recompense melhor pelo que tiveram feito, acrescentando-lhes de Sua graça; sabei que Allah agracia imensuravelmente a quem Lhe apraz.

39. Quanto aos incrédulos, as suas ações são como uma miragem no deserto; o sedento crerá ser água e, quando se aproximar dela, não encontrará coisa alguma. Porém, verá ante ele Allah, Que lhe pedirá contas, porque Allah é Expedito no cômputo.

40. Ou (estará) como nas trevas de um profundo oceano, coberto por ondas; ondas, cobertas por nuvens escuras, que se sobrepõem umas às outras; quando (o homem) estender a sua mão, mal poderá divisá-la. Pois a quem Allah não fornece luz, jamais a terá.

41. Não reparas, acaso, em que tudo quanto há nos céus e na terra glorifica a Allah, inclusive os pássaros, ao estenderem as suas asas? Cada um está ciente do seu (modo de) orar e louvar. E Allah é Sabedor de tudo quanto faz (cada um).

42. A Allah pertence o reino dos céus e da terra e a Allah será o retorno.

43. Porventura, não reparas em como Allah impulsiona as nuvens levemente? Então as junta, e depois as acumula? Não vês a chuva manar do seio delas? E que Ele envia massas (de nuvens) de granizo, com que atinge a quem Lhe apraz, livrando disso a quem quer? Pouco falta para que o resplendor das centelhas lhes ofusque as vistas.

44. Allah alterna a noite e o dia. Em verdade, nisto há uma lição para os sensatos.

45. E Allah criou da água todos os animais; e entre eles há os répteis, os bípedes e os quadrúpedes. Allah cria o que Lhe apraz, porque Allah é Onipotente.

46. Temos revelado versículos esclarecedores; e Allah encaminha quem Lhe apraz à senda reta.

47. Dizem: Cremos em Allah e no Mensageiro, e obedecemos. Logo, depois disso, uma parte deles volta as costas (à Mensagem), porque não é crente.

48. E quando são convocados ante Allah e Seu Mensageiro, para que julguem entre eles, eis que um grupo deles desdenha.

49. Porém, se a razão está do lado deles, correm a ele (o Profeta), obedientes.

50. Abrigam a enfermidade em seus corações; duvidam eles, ou temem que Allah e Seu Mensageiro os tratem injustamente? Qual! É que eles são uns injustos!

51. A resposta dos crentes, ao serem convocados ante Allah e Seu Mensageiro, para que (estes) julguem entre eles, será: Escutamos e obedecemos! E serão venturosos.

52. Aqueles que obedecerem a Allah e ao Seu Mensageiro e temerem a Allah, e a Ele se submeterem, serão os ganhadores!

53. Juraram solenemente por Allah que se tu lhes ordenasses (marcharem para o combate) iriam. Dize-lhes: Não jureis! É preferível uma obediência sincera. Sabei que Allah está bem inteirado de tudo quanto fazeis.

54. Dize-lhes (mais): Obedecei a Allah e obedecei ao Mensageiro. Porém, se vos recusardes, sabei que ele (o Mensageiro) é só responsável pelo que foi atribuído a ele, assim como vós sereis responsáveis pelo que foi atribuído a vós. Mas se obedecerdes, encaminhar-vos-eis, porque não incumbe ao Mensageiro mais do que a proclamação da lúcida Mensagem.

55. Allah prometeu àqueles dentre vós, que creem e praticam o bem, fazê-los herdeiros da terra, como fez com os seus antepassados; consolidar-lhes a religião que escolheu para eles, e trocar a sua apreensão por tranquilidade – Que Me adorem e não Me associem a ninguém! – Mas aqueles que, depois disto, renegarem, serão os depravados.

56. E observai a oração, pagai o zakat e obedecei ao Mensageiro, para que tenha misericórdia de vós.

57. Não penses (ó Mensageiro) que os incrédulos podem desafiar-Nos na terra; a sua morada será o inferno. Que funesto destino!

58. Ó crentes, que vossos criados e aqueles que ainda não alcançaram a puberdade… vos peçam permissão (para vos abordar), em três ocasiões: antes da oração da alvorada; quando tirardes as vestes para a sesta; e depois da oração da noite – três ocasiões de vossa intimidade. Fora disto, não sereis, nem vós, nem eles recriminados, se vos visitardes mutuamente. Assim Allah vos elucida os versículos, porque é Sapiente, Prudentíssimo.

59. Quando as vossas crianças tiverem alcançado a puberdade, que vos peçam permissão, tal como o faziam os seus predecessores. Assim Allah vos elucida os Seus versículos, porque é Sapiente, Prudentíssimo.

60. Quanto às idosas que não aspirarem ao matrimônio, não serão recriminadas por se despojarem das suas vestimentas exteriores, não devendo, contudo, exporem os seus atrativos. Porém, caso se abstenham, no todo, será melhor para elas. Sabei que Allah é Oniouvinte, Sapientíssimo.

61. Não haverá recriminação se o cego, o coxo, o enfermo, vós mesmos, comerdes em vossas casas, nas de vossos pais, de vossas mães, de vossos irmãos, nas de vossos tios paternos, de vossas tias paternas, de vossos tios maternos, de vossas tias maternas, nas de que tomais conta, ou nas de vossos amigos. Tampouco sereis censurados se comerdes juntos ou separadamente. Quando entrardes em uma casa, saudai-vos mutuamente com a saudação bendita e afável, proporcionada por Allah. Assim, Ele vos elucida os Seus versículos para que raciocineis.

62. Somente são crentes aqueles que creem em Allah e em Seu Mensageiro e os que, quando estão reunidos com ele, para um assunto de ação coletiva, não se retiram sem antes haver-lhe pedido permissão. Aqueles que te pedirem permissão são os que creem em Allah e no Seu Mensageiro. Se te pedirem permissão para irem tratar de alguns dos seus afazeres, concede-a a quem quiseres, e implora, para eles, o perdão de Allah, porque Allah é Indulgente, Misericordiosíssimo.

63. Não julgueis que a convocação do Mensageiro, entre vós, é igual à convocação mútua entre vós, pois Allah conhece aqueles que, dentre vós, se esquivam furtivamente. Que temam, aqueles que desobedecem às ordens do Mensageiro, que lhes sobrevenha uma provação ou lhes açoite um doloroso castigo.

64. Não é, acaso, certo, que é de Allah tudo quanto há nos céus e na terra? Sem dúvida que Ele conhece os vossos sentimentos. E no dia em que (os humanos) retornarem a Ele, inteirá-los-á de tudo quanto houverem feito, porque Allah é Onisciente.

Referências

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  2. Maʿrifat, Āmūzish-i ʿulūm-i Qurʾān, vol. 2, pág. 168.
  3. Khurramshāhī, Dānishnāma-yi Qurʾān, vol. 2, pág. 1243.
  4. Khamagar, Muhammad, Sakhtar-i suraha-yi Qur'an-i karim, Mu'assisa-yi Farhangi-yi Qur'an wa 'Itrat-i Nur al-Thaqalayn, Qom: Nashra, ed.1, 1392 Sh.
  5. Qummī, Tafsīr al-Qummī', vol. 2, pág. 98; Ṭūsī, Al-Tibyān, vol. 7, pág. 410.
  6. Makārim Shīrāzī, Tafsīr-i nimūna, vol. 14, pág. 383.
  7. Mughnīya, Tafsīr al-Kāshif, vol. 5, pág. 400.
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  9. Ṭabāṭabāyī, al-Mīzān, vol. 15, pág. 89.
  10. Vejam: Ibn Hishām, al-Sīra al-nabawīyya, vol. 2, pág. 297-302; Wāqidī, al-Maghāzī, pág. 426-435; Bukhārī, Ṣaḥīḥ al-Bukhārī, vol. 5, pág. 223-227.
  11. Para criticar esta opinião, veja: Makārim Shīrāzī, al-Amthal, vol. 11, pág. 41; Subḥānī, Furūgh-i abadīyyat, pág. 666.
  12. Qummī, Tafsīr al-Qummī, vol. 2, pág. 99; ʿĀmilī, al-Ṣaḥīḥ min sīrat al-nabīyy, vol. 12, pág. 320, 326.
  13. Para criticar esta opinião, veja: Subḥānī, Furūgh-i Abadiyyat, 1384 SH, pág. 666; Makārim Shīrāzī, al-Amthal fī Tafsīr Kitāb Allāh al-Munzal, 1421 AH, vol. 11, pág. 41; Ḥusaynīān Muqaddam, “Barrasī-ye Tārīkhī-ye Tafsīrī-ye Ḥādeseh-ye Afak, pág. 172.
  14. Makārim Shīrāzī, al-Amthal, vol. 11, pág. 46.
  15. Markaz-i Farhang va Maʿārif-i Qurʾān, Dāʾirat al-Maʿārif-i Qurʾān-i Karīm, 1382 SH, vol. 1, pág. 381; Jamaʿī az Muḥaqqiqān, Farhang-nāmeh-yi ʿUlūm-i Qurʾānī, 1394 SH, pág. 129.
  16. Khoeī, Mawsūʿat al-Imām al-Khūʾī, vol. 32, pág. 36-47; Ḥillī, Tadhkirat al-fuqahāʾ, vol. 2, pág. 446-447.
  17. Khoeī, Mawsūʿat al-Imām al-Khūʾī, vol. 32, pág. 36
  18. Sheikh Ansārī, Kitāb al-Nikāḥ, 1415 AH, pág. 46–47; Shahīd al-Thānī, Masālik al-ifhām, vol. 7, pág. 47; Ḥillī, Tadhkirat al-fuqahāʾ, vol. 2, pág. 446-447.
  19. Makārim Shīrāzī, Tafsīr-i nimūna, vol. 14, pág. 475-476.
  20. Ḥuwayzī, Tafsīr nūr al-thaqalayn, vol. 3, pág. 603; Majlisī, Biḥār al-anwār, vol. 23, pág. 306.
  21. Kāshānī, Manhaj al-ṣādiqīn fī ilzām al-mukhālifīn, vol. 6, pág. 295; Shubbar, Tafsīr al-Qur'ān al-karīm, pág. 534.
  22. Ṭabāṭabāyī, al-Mīzān, vol. 15, pág. 141.
  23. Ṭabāṭabāyī, al-Mīzān, vol. 15, pág. 141.
  24. Makārim Shīrāzī, Tafsīr-i nimūna, vol. 14, pág. 574.
  25. Ṭabāṭabāyī, al-Mīzān, vol. 15, pág. 166.
  26. Qurʾātī, Tafsīr Nūr, vol. 6, pág. 219.
  27. Īrawānī, Durūs tamhīdīyya, vol. 1, pág. 356, 567-577.
  28. Fayḍ al-Kāshānī, Tafsīr al-Ṣāfī, vol. 3, pág. 417.
  29. Ardibīlī, Zubdat al-bayān, pág. 613.
  30. Īrawānī, Durūs tamhīdīyya, vol. 1, pág. 377-384.
  31. Īrawānī, Durūs tamhīdīyya, vol. 1, pág. 386; Makārim Shīrāzī, Tafsīr-i nimūna, vol. 14, pág. 54.
  32. Ardibīlī, Zubdat al-bayān, pág. 367 e 504.
  33. Ṭabrisī, Majmaʿ al-bayān, vol. 7, pág. 216.
  34. Ṭūsī, Tahdhīb al-aḥkām, vol. 8, pág. 112.
  35. Kulaynī, al-Kāfī, vol. 5, pág. 516.
  36. Ṣadūq, Thawāb al-aʿmāl, pág. 109.
  37. Baḥrānī, al-Burhān, vol. 4, pág. 43.
  38. Kulaynī, al-Kāfī, vol. 2, pág. 63.

Notas

Bibliografia

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